#4 - Resenha: Admirável Mundo Novo, Adouls Huxley
Esse
livro foi publicado em 1932. É importante começar o artigo com essa informação
para você perceber o quanto Adouls Huxley acertou. É uma das distopias mais
marcantes que você pode ler.
Pontos
marcantes da civilização do admirável mundo novo:
- Há um
governo mundial;
- A
religião é a voz do governo;
- Não há
família;
- Não há
casamento;
- Toda a
educação é cuidada pelo Estado;
- Todos
os seres humanos são criados num laboratório;
-
As mulheres não engravidam, pois existe o cinto malthusiano e elas acham
nojento a ideia da gravidez;
- Caso
aconteça de a mulher engravidar, há clínicas de
aborto disponíveis 24 horas por dia.
- Todos
são doutrinados desde seu nascimento a achar nojento o conceito de
"família", "pai" e "mãe".
- Não há
monogamia. Um dos lemas da sociedade é "cada um é de todos".
- Os
nomes são padronizados, para homenagear os pais daquela nova civilização: Ford,
Marx, Lênin (ou Lenina), Bernard, Shaw, Darwin.
- Há uma
droga chamada soma que é distribuída pelo governo.
- A
velhice foi abolida. Eles vivem para morrer jovens e são condicionados a achar
a morte natural.
- Os
únicos livros permitidos são os técnicos escritos por autores da nova
civilização.
A cena
inicial do livro é narrada pelo Diretor de Incubação e Condicionamento de forma
bem técnica e entediante. Ele faz um tour com os alunos dentro do laboratório e
lhes mostra como os seres humanos são criados, como são separados por categoria
e doutrinados ao longo de suas vidas. Durante o tour eles passam por um grupo
de crianças de 7 anos que estão em suas brincadeiras sexuais diárias e
um dos meninos começa a berrar porque não quer brincar daquilo. A de sua
doutrinadora o segura pelo braço e o leva para o Superintendente-Adjunto de
Psicologia para ver qual problema que se passa com aquele garotinho para não
querer brincar com sua amiga de tocá-la e ser tocado.
"Durante
um período muito longo antes de nosso Ford, e até no decurso de algumas
gerações posteriores, os brinquedos eróticos entre as crianças eram
considerados anormais; e não apenas anormais, mas realmente imorais; e eram,
portanto, rigorosamente proibidos." O Diretor revelou a espantosa
verdade. (pag.53)
É a
partir do capítulo 3 que aparecem alguns dos personagens principais. Lenina num
diálogo com sua amiga informa que sairá naquela noite com o mesmo homem que
está saindo há 4 meses. Sua amiga considera aquilo um absurdo e lhe aconselha a
ficar com outros homens, pois fica mal para a reputação dela ficar
com apenas um homem. Além do fato de que Henry Foster, o homem que
Lenina está saindo, é um perfeito cavalheiro: sempre se porta corretamente e
sai com várias mulheres.
Lenina percebe o quanto está sendo negligente e agindo errado. Então, ela pensa em dar uma oportunidade a Bernard Marx, um homem que a chamou para sair.
Lenina percebe o quanto está sendo negligente e agindo errado. Então, ela pensa em dar uma oportunidade a Bernard Marx, um homem que a chamou para sair.
Bernard
não se encaixa muito bem naquela sociedade, ele gosta de ficar sozinho, gosta
de conversar, acha errado as mulheres serem tratadas como pedaços de carne e
também acha errado as mulheres se enxergarem assim. De alguma forma, a
doutrinação não funcionou muito bem com ele. Há um boato de que alguém se
enganou quando ele ainda estava no bocal. Pensaram que fosse um Gama e puseram
álcool no seu pseudossangue, por isso, Fanny, a amiga de Lenina, fala que não é
muito legal a ideia de sair com ele.
Porém,
Lenina resolve aceitar mesmo assim. Bernard e ela visitam a Reserva dos
Selvagens. Lá vivem as pessoas não civilizadas. Elas ainda praticam a
monogamia, existe família, a religião, as mulheres engravidam e envelhecem.
Lenina, ao chegar, fica extremamente horrorizada quando um velho aparece a
sua frente e depois quando vê uma mãe amamentando, pois ela acha aquilo
vergonhoso. Na reserva, eles conhecem um Selvagem chamado John, ele nasceu de
uma mulher civilizada que foi deixada na reserva dos selvagens por estar
grávida. Sua mãe o ensinara a ler e, quando criança, encontrou uns livros
velhos e passou a ler. O autor era Shakespeare.
John
conseguiu a oportunidade de ir visitar o Admirável Mundo Novo que sua mãe tanto
lhe falava. Porém, ele percebeu que o mundo não era tão admirável assim.
COINCIDÊNCIA?
O livro
foi escrito antes da Segundo Guerra Mundial.
Quando
Adouls Huxley o escreveu não havia acontecido ainda a chamada Revolução Sexual
e os anticoncepcionais se tornarem correntes, foi antes do Revolução das
Drogas, não existia LCD na época e o autor fala de uma droga que ele chama de
soma. O aborto também estava longe de ser legalizado, a engenharia genética
estava longe do ponto que ela chegou hoje, eram ideias de ficção científica, a
ONU não exista.
COMO
ADOULS HUXLEY ACERTOU TANTO?
Primeiramente
é importante você saber que o autor desse livro era irmão de Julian Sorell
Huxley, o primeiro diretor geral do UNESCO. E é importante você saber também
que a UNESCO tem documentos que mostram as técnicas de manipulação psicológicas usadas nas escolas e
na sociedade para mudar os valores e destruir a família.
Então...
coincidência? Não! O plano de fazer a sociedade ir por esse caminho já estava
sendo escrito no século passado. O livro The Naked Communist (O Comunista Nu)
nos mostra que 45 metas comunistas estão sendo muito bem cumpridas.
Ou seja,
Adouls Huxley apenas romantizou as informações que ele tinha de como seria o
mundo no futuro. Porém, em uma entrevista disponível no youtube, ele confessa
que imaginava que isso se cumpriria por volta de 2540 e não tão cedo. Muito do
conteúdo desse livro são projetos que já estavam sendo arquitetados pela classe
intelectual desde antes do século XX. Projetos de H. G. Wells, George Bernard
Shaw, Ford, Marx, Lenin.
CONCLUSÃO:
Nós
vivemos numa sociedade em que os valores tradicionais não importam mais, as
pessoas que querem conservar a moral e os bons costumes são vistas como uma
ameaça. Se você não trai seu parceiro, é visto com estranheza. Afinal ninguém é
de ninguém. Se você tem um religião e tenta conter seus impulsos, é bobo,
afinal "depois Deus perdoa". Enfim, Adouls Huxley não acertou a toa.
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