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Mostrando postagens de 2017

#6 - Resenha: O Senhor das Moscas, William Golding

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Qual é a tendência natural do ser humano ao viver em grupo? Uma sociedade consegue se manter sem governo, sem lei, sem polícia, sem um líder? O ser humano é naturalmente bom ou ruim? O que fala mais alto a solidariedade ou a violência?  É dessas questões que o livro O Senhor das Moscas de William Golding trata. O mundo está em guerra. Uma bomba atômica atinge o país, mas felizmente o governo consegue colocar um grupo de meninos no avião a tempo de fugir. No meio do caminho, o avião é atingido e partido ao meio.  Meninos de 6 a 12 anos  caem numa ilha paradisíaca sem nenhum adulto por perto. De início, alguns garotos ficam felizes com a ideia de não ter adultos por lá e resolvem se organizar para viver da melhor maneira possível juntos enquanto não são resgatados. Por votação, Ralph é escolhido como o chefe, ele é um líder natural e sabe envolver as pessoas, mas não é tão inteligente como o menino tímido e atrapalhado apelidado de Porquinho, então todas as suas decisões, vol

#5 - Resenha: Fahrenheit 451, Ray Bradbury

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Imagine um mundo onde as pessoas passam o dia inteiro na frente de uma tela vendo programas imbecilizantes ou com fones de ouvido tocando músicas idiotas 24 horas por dia. Um mundo onde as pessoas quase não conversam, ou se conversam são assuntos superficiais e fúteis. Um mundo sem sentimentos, onde as pessoas vivem a base de pílulas para fazer qualquer coisa. Um mundo onde a arte é completamente abstrata, sem sentido, e não passa nenhuma mensagem. Um mundo em que o governo se preocupa em colocar as crianças cada vez mais cedo na escola para educar o filho das pessoas e acabar com a influência da família. Eu sei que você pensou no mundo em que vivemos hoje, no século XXI, mas esse mundo que vou falar é do livro Fahrenheit 451, escrito por Ray Bradbury após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1953. Mas o mundo não é assim porque um governo ditatorial exigiu que fosse, e, sim, porque a maioria da população resolveu abrir mão de sua liberdade para não ter mais sentimentos, não s

#4 - Resenha: Admirável Mundo Novo, Adouls Huxley

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Esse livro foi publicado em 1932. É importante começar o artigo com essa informação para você perceber o quanto Adouls Huxley acertou. É uma das distopias mais marcantes que você pode ler. Pontos marcantes da civilização do admirável mundo novo:  - Há um governo mundial; - A religião é a voz do governo; - Não há família; - Não há casamento; - Toda a educação é cuidada pelo Estado; - Todos os seres humanos são criados num laboratório; - As mulheres não engravidam, pois existe o cinto malthusiano e elas acham nojento a ideia da gravidez; - Caso aconteça de a mulher engravidar, há clínicas de aborto disponíveis 24 horas por dia.  - Todos são doutrinados desde seu nascimento a achar nojento o conceito de "família", "pai" e "mãe".  - Não há monogamia. Um dos lemas da sociedade é "cada um é de todos".  - Os nomes são padronizados, para homenagear os pais daquela nova civilização: Ford, Marx, Lênin (ou Lenina), Bernard,

#3 - Resenha: Matéria Escura, Blake Crouch

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Certa vez, escutei a seguinte frase no filme Cartas para Julieta: "E" e "Se" são duas palavras simples e inofensivas como qualquer palavra. Mas quando juntas "e se..." podem causar estragos inimagináveis. Essas palavras definem bem Jason. Ele é  um físico nuclear jovem, com toda a vida pela frente, tem uma carreira promissora, uma namorada linda, artista e... grávida!  A gravidez não planejada faz com que seus planos mudem, mas apesar das dificuldades, ele promete ficar com Amanda.  Anos se passam, seu filho já é um adolescente, Jason se tornou professor de uma universidade e Amanda trabalha numa galeria. Apesar de sua vida não ter ficado como planejado, Jason ama sua esposa e filho. Acontece que, como toda pessoa normal, ele (e ela também) se pergunta: "e se..." E se Amanda não tivesse engravidado? E se não nos casássemos? E se ela simplesmente interrompesse a gestação? E se eu insistisse na minha pesquisa?  

#2 - Resenha: O sol também é uma estrela, Nicola Yoon

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Natasha não é o tipo de garota que lê livros de Nicholas Sparks e chora com filmes românticos. Não é do tipo que acredita em destino e sorte. Ela é o tipo de garota que acredita que o amor é pura combinação de hormônios, estímulos cerebrais e interesse. Acredita em fatos comprováveis e na ciência.  Natasha é imigrante nos Estados Unidos, ela se mudou da Jamaica muito nova então não lembra muito bem como é seu país de origem.  Daniel também é imigrante nos Estados Unidos, ele é coreano e o tipo de garoto sonhador. Ama poesia, se apega fácil, sonha com o amor verdadeiro e com o "felizes para sempre". Natasha e Daniel são o extremo oposto. Os pais de Daniel querem que ele seja médico. Daniel quer ser poeta.                                                                     Natasha quer entrar numa faculdade dos Estados Unidos e ser cientista, porém seu pai dirigiu bêbado, foi pego pela polícia e sua família está prestes a ser deportada. E um

#1 - Resenha: Tudo e todas as coisas, Nicola Yoon

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Madeline Whittier já leu muito mais livros que você. Não importa quantos você tenha lido, ela, com certeza, leu mais. Maddy acabou de completar 18 anos e, diferente da maioria dos adolescentes que chega na idade adulta, ela não foi tirar carteira de motorista, ou se embebedar ou dar uns beijos em alguns caras desconhecidos numa festa a qual ela não se lembrará quando acordar. Ela  comemorou sua chegada à vida adulta em casa, junto com sua mãe, jogando palavras cruzadas fonéticas.  Mas, não é que ela tenha escolhido ficar em casa.  Ela não tem escolha.  Madeline é a Rapunzel do século XXI. Ela sofre de uma doença rara e famosa, é uma forma de imunodeficiência combinada grave, IDCG. Uma bactéria, por menor que seja; um desinfetante; um perfume podem matá-la. Ela é basicamente alérgica ao mundo, por isso, nunca saiu de casa. Ela não sabe a sensação de sentir o vento no rosto ou de ouvir os pássaros cantando. Sua mãe construiu uma sala toda de vidro que imita "Lá