#30 - Resenha: Todo dia, David Levithan

Lido: 20/10/19 - 14/11/19

Todo dia A acorda num corpo diferente, e a única regra é que o corpo novo deve ter a mesma idade e estar nas redondezas. Não importa o sexo, a cor, o peso, a crença, ele pode habitar qualquer um desses corpos por apenas um dia.

A descobriu que ele era diferente bem pequeno quando começou a entender o conceito de "amanhã", quando ele ouvia as pessoas dizendo algo como "amanhã faremos tal coisa", ele questionava "mas amanhã não estaremos aqui", até que ele entendeu que apenas ele não estaria lá. Somente ele não tinha uma continuidade, um corpo fixo.

Certo dia, ele acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada Rhiannon. A consegue acessar as lembranças do corpo que habita, por isso percebe desde o início que Justin não é um cara legal, muito menos um namorado legal. 

A tem regras que criou para si: nunca interferir na vida da pessoa e não se apegar à vida de ninguém. Porém, suas regras deixam de fazer sentido quando conhece Rhiannon, ele se apaixona logo após passar um dia inteiro no corpo de seu namorado e viver um dia incrível ao seu lado.

Diferentemente do filme, o livro é muito mais profundo que apenas um romance entre dois adolescentes.

É certo que todos os corpos que A habita ele arranja uma forma de ir ao encontro de Rhiannon, mas é bem interessante a luta entre corpo e mente que o autor descreve.

A acorda no corpo de uma menina que tem depressão e pensa em se matar.

A acorda no corpo de um drogado.

A acorda no corpo de uma mexicana com muita cólica.

A acorda no corpo de um obeso.

A acorda no corpo de Rhiannon.

A acorda no corpo de um religioso chamado Nathan e esquece de apagar seu histórico de email do computador. Nathan tem certeza de que não estava no controle de seu corpo naquele dia e começa a procurar quem foi o responsável, ele envia emails e, com a ajuda do reverendo Poole, diz para todo mundo que foi possuído pelo Diabo.

No final do livro, A resolve se encontrar com Nathan para contar-lhe a verdade, porém o reverendo Poole estava escutando tudo. A, então, percebe que não era o reverendo dentro daquele corpo e, sim, alguém como ele: um hospedeiro. Só que essa presença era ruim, lhe incomodava, falava que ele poderia permanecer no corpo quantos dias quisessem, que existiam outros como eles. Mas A não aguenta a agonia de ficar perto dele e sai correndo.

A resolve deixar Rhiannon enquanto está no corpo de Alex e lhe dá a opção de conhecer o verdadeiro garoto dono daquele corpo.

"Ela é meu primeiro amor e único amor. A maioria das pessoas sabe que o primeiro amor não será o único. Mas, para mim, ela é as duas coisas."